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Design Sprint: o que é como usar essa metodologia ao seu favor

O Design Sprint está cada vez mais nas graças do mercado, sendo utilizado em diversas áreas. Vem entender como a Metodologia pode ser usada no seu negócio (...)

Autor: Redação Impacta

Para construir uma carreira em tecnologia na chamada era digital, é preciso se manter antenado em relação às principais novidades do mercado. Dominar métodos, estratégias e ferramentas é uma forma inteligente de obter um diferencial frente à concorrência. Nesse sentido, o Design Sprint vem chamando a atenção nas mais variadas áreas — não só de quem é profissional de tecnologia.

Os benefícios que a metodologia traz são muitos, o que leva cada vez mais empresas a adotá-la. Mas, afinal, o que é o Design Sprint e como ele funciona? Trata-se de uma metodologia ágil? Existe alguma diferença em relação ao Design Thinking? Como isso vem sendo aplicado nas empresas?

As respostas para essas e outras perguntas você encontrará neste post especial sobre o assunto. Confira!

O que é o Design Sprint e como ele surgiu?

A premissa básica do Design Sprint é viabilizar com rapidez o teste e a evolução de uma ideia no estágio de desenvolvimento. Desenvolvido pela Google Ventures (GV), ele funciona como uma metodologia ágil, ainda que não seja exatamente um framework desse tipo. Na prática, sua principal característica está relacionada à prototipagem rápida em parceria com o cliente ou usuário final.

Assim como os métodos ágeis, o Design Sprint coloca o principal interessado no projeto em contato com o desenvolvimento, sobretudo nos processos de teste e discussão das características do produto.

A origem do conceito

A Google Ventures é um braço da própria Google e foi criada como uma iniciativa de investimento em inovação. Em um primeiro momento, sua principal atividade era investir em startups em todo o mundo, alavancando negócios e promovendo avanços tecnológicos. Em 2012, o designer Jake Knaap se transferiu para a filial com o objetivo de aperfeiçoar o projeto da metodologia que ele havia idealizado.

Knaap já havia trabalhado com grandes projetos, como Google Chrome, Google Search e Google X. Quando ele trouxe o esboço do Design Sprint para a GV, seu time logo começou o trabalho de aprimoramento. Um dos membros da equipe, Braden Kowitz, contribuiu com um dos grandes diferenciais do método: seu foco na jornada do usuário, em vez de um trabalho norteado pelas funcionalidades do produto.

Somado a isso, ainda foram trabalhados conceitos como a pesquisa de satisfação do cliente (que se tornou mais rápida e otimizada) e o uso de métricas para avaliar o andamento do projeto. Um detalhe extra é que a equipe contava sempre com um especialista responsável por garantir que a ideia era condizente com as demandas do mercado.

Tudo isso fez com que o Design Sprint se tornasse uma das ferramentas favoritas para desenvolvedores de produtos, principalmente no mercado de tecnologia.

O conceito por trás do método

Uma característica marcante do Design Sprint é seu tempo de execução. São 5 dias de trabalho intenso e avanços rápidos, enquanto outros métodos podem levar semanas ou até meses para trazer resultados tão tangíveis. Isso é possível graças a um atalho que os criadores da metodologia foram capazes de criar.

Em geral, outros modelos de desenvolvimento adotam um processo que, em uma de suas etapas, gera um Minimum Viable Product (MVP). Como a tradução sugere, o Produto Mínimo Viável é uma espécie de protótipo daquilo que se quer alcançar — ou seja, uma versão simplificada do produto final, com características básicas que permitam o início dos testes.

Entretanto, isso tende a demorar semanas ou até meses, enquanto o Design Sprint traz o cliente para o centro do processo e gera um protótipo de testes em apenas 5 dias. Geralmente, é nessa etapa que os desenvolvedores são capazes de dizer se a ideia faz sentido e se é realmente boa.

Por isso, a empresa otimiza drasticamente suas atividades quando o primeiro protótipo fica pronto em apenas 40 horas. Afinal, é muito mais interessante saber se um projeto vai, de fato, dar certo antes de começar a desenvolvê-lo, não é mesmo?

Como funciona o Design Sprint?

Mencionamos que o método é aplicado ao longo de 5 dias. Mais especificamente, esse período é pensado de forma que o processo todo dure no máximo uma semana de trabalho (de segunda a sexta-feira). Entretanto, isso não significa que as coisas vão acontecendo em ordem aleatória.

Existem 5 etapas, sendo cada uma executada em um dia. Antes de começar, a equipe deve ter seu tempo reservado para focar exclusivamente esse projeto. Além disso, é preciso definir qual é o problema a ser solucionado. No caso do desenvolvimento de um produto, isso envolve estabelecer os objetivos a serem alcançados, com base nas demandas do cliente ou usuário final.

Veja a seguir como funciona cada passo desse processo estruturado.

  • Segunda-feira: UNPACK

O Design Sprint exige apenas algumas poucas ferramentas para ser iniciado: post-it, canetas, papéis etc. Com a equipe reunida, o primeiro passo é o diálogo aberto. Todos devem expor o que pensam sobre a ideia em questão. O ponto, aqui, é colocá-los na mesma página e compartilhar conhecimento.

Em métodos tradicionais, é comum que o gestor seja o responsável por orquestrar a divisão de tarefas já com base em objetivos estabelecidos. Ele deve conhecer as habilidades dos profissionais e delegar as funções. Aqui, entretanto, estamos falando da fase de concepção da ideia — algo que terá impacto em todo o processo de criação.

Com diversos profissionais reunidos, algo que devemos ter em mente é que cada um tem habilidades diferentes, mesmo que alguns deles tenham formação similar. A fase de Unpack — ou desempacotamento — é o momento de tirar as ideias da caixa. Um designer certamente tem contribuições diferentes a oferecer, se comparado a um programador. O mesmo se aplica aos gestores.

Uma forma interessante de guiar o Unpack é propondo atividades mais dinâmicas para que o time trabalhe em conjunto. Desconstruir um produto para chegar às suas características básicas, colocar-se no lugar do usuário final e definir métricas de satisfação são alguns exemplos de questões que podem guiar essa etapa.

  • Terça-feira: SKETCH

Com as ideias expostas por todos, é hora de colocar as coisas no papel. Em um primeiro momento, cada um deve trabalhar individualmente para reunir as soluções que acredita serem válidas para o problema em questão. O objetivo é levantar o máximo possível de ideias sem que isso envolva discussões, já que a quantidade aqui tem grande importância.

Os rabiscos feitos por cada um são os chamados Sketchs. Quando eles são concluídos, chega a hora de compartilhá-los entre os membros da equipe. Todos devem observar as propostas e discutir a viabilidade de cada uma.

O Design Sprint conta ainda com um sistema estruturado que regula o processo de criticar e votar nas ideias. Isso mesmo! Ao final, é feita uma votação e as melhores ideias são levadas para a próxima etapa. O destaque vai para a natureza democrática do processo, já que todos têm direito a voto, e o resultado final servirá de base para os próximos dias de trabalho.

  • Quarta-feira: DECIDE

Com esse primeiro acervo de ideias, o time já tem uma pauta sobre a qual trabalhar. Porém, não dá para fazer tudo ao mesmo tempo. Então, o terceiro dia do Design Sprint começa com mais uma discussão, agora em relação às ideias mais votadas. O objetivo é, basicamente, estabelecer prioridades.

O time deve ter em mente que a meta é gerar um protótipo — e isso exigirá atenção total em uma coisa de cada vez. Então, além de discutir as melhores ideias e definir qual será o caminho para gerar o primeiro protótipo, é possível fazer alguns últimos ajustes para aprimorar esse esboço.

Tudo o que for selecionado para a próxima etapa deve ser colocado em um storyboard (uma sequência de ilustrações e detalhes que guiarão a produção).

  • Quinta-feira: PROTOTYPE

Chega o penúltimo dia e é hora de prototipar! Nessa etapa, a equipe deve ser extremamente produtiva, o que exige muita atenção naquilo que está sendo feito. Não é hora de rediscutir ideias, mas de construir esse modelo. Mesmo que algo no pareça inadequado, o momento de avaliar isso ainda está por vir.

Então, é importante começar o dia com um planejamento das atividades que serão realizadas, o que pode incluir um cronograma com o que deve ser feito e a que horas. Para complementar, a equipe precisa contar com boas ferramentas para que a eficiência seja máxima.

Em geral, esse é o dia mais cansativo (e produtivo) do Design Sprint.

  • Sexta-feira: TEST

A sexta-feira é o momento de coroação de todo esse trabalho. Esse último dia é voltado aos testes, algo que deve ser feito com a presença do cliente ou usuário final, em sessões individuais. O produto é apresentado, e a pessoa deve interagir com ele, dando um feedback instantâneo sobre o que ela está achando.

Ao final do dia, o time deve se reunir novamente e discutir os feedbacks recebidos. A partir deles e de observações dos próprios desenvolvedores, será decidido se aquela ideia vale ou não a pena. Um ponto interessante aqui é a recepção das opiniões pela própria equipe.

Quando há um feedback positivo, é natural que todos se sintam motivados. Entretanto, isso não significa que críticas mais negativas devam desanimar a equipe. O momento é de interpretá-las como oportunidade para aperfeiçoar o produto ou reformular a ideia a partir de etapas anteriores.

 

Qual é a diferença entre Design Sprint e Design Thinking?

Uma confusão acontece com certa frequência quando o Design Sprint é entendido como sinônimo de Design Thinking. Na verdade, os conceitos são bem diferentes, ainda que em alguns momentos eles possam ser utilizados com finalidades parecidas.

Mas, afinal, o que é o Design Thinking? A primeira coisa que devemos ter em mente é que estamos falando de uma abordagem, não um método. Algumas pessoas podem se referir a ele até mesmo como uma filosofia, ainda que não seja a descrição mais precisa.

Seu objetivo é facilitar a busca por soluções promovendo um trabalho cooperativo. Isso significa incentivar a empatia máxima entre os stakeholders (interessados no projeto ou produto), colocando essas pessoas e suas experiências no centro do processo.

Além desses três pilares (empatia, colaboração e experimentação), o Design Thinking conta com as seguintes etapas:

  1. identificar onde podem estar as oportunidades de inovação;
  2. descobrir as oportunidades;
  3. desenvolver as oportunidades;
  4. testar os protótipos;
  5. implementar a solução.

A grande diferença é que, ao contrário do Design Sprint, isso pode ser feito de maneira muito variável. Não há um prazo exato ou ferramentas mais objetivas, como as que explicamos. Então, é possível buscar soluções para um problema extremamente simples em um dia ou trabalhar sobre uma ideia por semanas ou meses.

Qual é a diferença entre Design Sprint e User Experience ?

O conceito de User Experience (UX) também costuma surgir nos mesmos contextos que o Design Sprint. Grosso modo, estamos falando da prática de trabalhar com base na experiência do usuário. No desenvolvimento de softwares, por exemplo, isso permite identificar demandas com mais precisão e entregar um produto final mais próximo daquilo que o cliente precisa e deseja.

No entanto, a prática está mais próxima de uma abordagem do que de um método propriamente dito. Tanto que dentro do próprio time que trabalha com Design Sprint podemos ter um analista de UX, que contribui com sua capacidade mais apurada de identificar as demandas do usuário.

Então, lembre-se de não confundir os conceitos!

Quais são as vantagens de utilizar o Design Sprint?

Muito se discute sobre os impactos do Design Sprint nas empresas. Para ajudar você a entender mais a fundo o que significa trabalhar com ele, mostraremos a seguir seus grandes diferenciais.

  • Economia de tempo

No desenvolvimento de um produto ou serviço, tempo é dinheiro. Um trabalho baseado em muita documentação ou longas reuniões demora demais para dar frutos tangíveis, enquanto o Design Sprint gera um protótipo em uma semana. Com esse esboço materializado na mão do usuário final, é possível encurtar o caminho e ir direto àquilo que mais importa: a experiência do cliente.

A burocracia, por exemplo, é quase inexistente. E se você estiver se perguntando “mas como serão documentadas as características do produto para fabricação em larga escala depois dos cinco dias?”, é só lembrar que o processo, aqui, termina na validação. O foco do Design Sprint é gerar ideias interessantes em pouco tempo.

Depois da aprovação, é possível dar andamento às outras estratégias de produção. No desenvolvimento de software, por exemplo, o fim do Design Sprint pode significar o início de outro método ágil, como o Scrum. Nele, esse protótipo vai sendo desenvolvido versão após versão, semanalmente, com a participação direta do usuário para validar cada nova funcionalidade adicionada.

Então, a metodologia se sustenta em relação à agilidade que ela oferece.

  • Redução de custos

Se tempo é dinheiro, fica fácil perceber que o Design Sprint traz uma importante redução de custos. Além de gerar um protótipo em pouco tempo — economizando com mão de obra, por exemplo —, as despesas desse processo são mínimas.

Como você pôde ver, são ferramentas bem simples. O coração do processo é o trabalho colaborativo e a presença fundamental dos usuários finais na etapa de testes e validação.

  • Evita desperdício

A geração rápida de um protótipo evita que a empresa gaste tempo, dinheiro e recursos em um processo que vai resultar em uma ideia ruim. Na prática, o Design Sprint significa a otimização do investimento da empresa na fase inicial de um projeto. Se a ideia precisa ser descartada ou aprimorada, isso é rapidamente identificado.

  • Motivação e alinhamento entre as equipes

O método envolve muita liberdade criativa, algo que gera motivação entre os profissionais. Eles se sentem valorizados, sobretudo quando percebem que a empresa quer ouvir suas ideias e coloca seu voto com o mesmo peso que o de qualquer gestor. No processo de discussão de ideias, argumentos valem mais que qualquer hierarquia.

Nesse sentido, é possível observar também que o Design Sprint gera um alinhamento maior entre as equipes. Profissionais de diferentes áreas se acostumam a ouvir o ponto de vista de pessoas com quem eles não estão acostumados a trabalhar. A cooperação é extremamente saudável, fazendo com a que a empresa passe a trabalhar com mais sinergia e engajada nos mesmos objetivos.

  • Compartilhamento de conhecimento

Além de conhecer um pouco mais sobre o trabalho de outras equipes, os membros da equipe podem ver várias áreas de conhecimento sendo aplicadas de forma muito prática. O designer passa a conhecer sobre o trabalho do programador, que entende melhor as preocupações do time de vendas que, por sua vez, pode compreender os desafios enfrentados pelo próprio designer.

Isso favorece um trabalho inovador e de colaboração mútua — algo que vai muito além do Design Sprint. Estamos falando de uma herança valiosa para a empresa e para o currículo de cada um desses profissionais.

  • Desenvolvimento individual

Por falar em benefícios para os profissionais, diversos pontos do Design Sprint podem levá-los ao desenvolvimento individual de suas capacidades. Além do fator colaboração, eles também são colocados à prova em momentos que farão toda a diferença. A fase de prototipagem é um bom exemplo disso.

Se o produto é um software, é esse o momento em que o desenvolvedor deve ter máxima produtividade na programação. A pressão exercida pelo prazo acontece de forma saudável, principalmente pelo fato de ser um único dia de esforço intenso. Os frutos são bastante positivos para todos os envolvidos.

Tendo isso em mente, vejamos então alguns exemplos de aplicação do Design Sprint.

Como o Design Sprint é aplicado?

O método pode ser utilizado em qualquer contexto no qual a empresa queira desenvolver um produto ou uma solução para um problema. O ponto crucial é que isso seja feito antes do investimento em uma ideia. Ainda que existam benefícios, eles podem ser menores se a organização já houver encaminhado a compra de materiais e ferramentas para um determinado processo de produção, tendo em vista que isso limita as possibilidades de trabalho.

Na era da Indústria 4.0, por exemplo, uma tendência interessante é a produção sob demanda. Com tecnologia de última geração, como a Impressão 3D, as empresas são capazes de desenvolver ideias do zero e criar produtos inovadores. Nesse sentido, o Design Sprint é uma ótima ferramenta de trabalho.

Entretanto, alguns setores se destacam na adoção da ideia, justamente pela flexibilidade do seu trabalho. É o caso do desenvolvimento de software.

Desenvolvimento de software

Com a facilidade que as novas tecnologias trouxeram para as empresas, mesmo uma startup pequena é capaz de adquirir uma infraestrutura de TI para desenvolver soluções digitais — das mais simples até as mais poderosas. Consequentemente, o Design Sprint ganhou espaço rapidamente no setor.

O diferencial é ainda maior no caso de quem trabalha com o chamado outsourcing de TI (terceirização do desenvolvimento). Isso significa oferecer um serviço no qual a empresa vai criar para o cliente aquele software que ele precisa com alto nível de personalização.

Então, o Design Sprint entra já no primeiro momento. Em apenas uma semana, é possível transformas as demandas do cliente em uma ideia palpável e apresentar um protótipo a ser aperfeiçoado. O mais interessante é que isso permite colocar um software para rodar em pouquíssimo tempo e implementar suas funcionalidades aos poucos.

Gerenciamento de projetos

Projetos em geral podem ser gerenciados de maneira mais eficiente com o apoio do Design Sprint. Aqui, o foco está na solução de problemas: o método é aplicado visando à otimização de um processo, à redução de falhas ou mesmo ao desenvolvimento de um software para otimizar a gestão.

O grande diferencial é que o gestor pode entender com mais propriedade como essa solução funcionaria, analisando os benefícios para sua equipe e seus projetos. Vale destacar que a própria execução das atividades pode ser melhor com o uso do método.

Se um projeto que está sendo desenvolvido pelo setor de TI envolve muitos riscos, o Design Sprint pode ser uma forma de acelerar a prototipagem. Assim, a equipe pode analisar mais a fundo o impacto desse produto no futuro próximo.

Como você pôde ver, o Design Sprint é uma ferramenta extremamente versátil, produtiva e de baixo custo. Vale a pena desenvolver suas habilidades para trabalhar com ele, já que cada vez mais empresas adotam esse tipo de método. Os benefícios são muitos, principalmente para sua formação profissional!

Se quer ampliar ainda mais seu conhecimento, confira também nosso post especial sobre o trabalho do Analista de User Experience!

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